A Justiça negou, na quarta-feira (25), o pedido de soltura para a esteticista Amanda Juliana Fernandes França, de 41 anos, suspeita de aplicar silicone industrial em procedimentos para aumento dos glúteos. Na terça-feira (24), o Poder Judiciário autorizou a soltura da empresária conhecida como uma das “Filhas do Bumbum”. A empresária Dayse Viviane Martins Lopes, de 34, havia sido presa no último dia 6. Elas são suspeitas de aplicar silicone industrial - usado em manutenção de avião e navio - em procedimentos de aumento de glúteos. As duas tinham um grupo em uma rede social onde se chamavam de “Filhas do Bumbum”. O advogado da empresária, Mario Chaves, informou que o alvará de soltura foi expedido na tarde desta terça e ela foi libertada mesmo sem participar de audiência de instrução, quando um preso é ouvido por um juiz. Várias clientes procuraram a polícia para denunciar a atividades das duas. Elas apresentavam lesões na pele. A polícia estima que são entre 60 e 100 vítimas em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
Às clientes, eles diziam que usavam uma substância chamada hidrogel, que também é proibida para finalidade estética desde 2014. Além disso, os procedimentos eram feitos em um salão de beleza, que também é uma irregularidade, já que tais cirurgias devem ser feitas em clínicas autorizadas. Mas, segundo a polícia, foram encontrados frascos de silicone industrial no salão. As clientes eram colocadas de bruços e a esteticista fazia uma espécie de torniquete nas coxas, aplicava a anestesia, furava as nádegas e depois introduzia o silicone industrial. A abertura era “fechada” com cola de secagem rápida. Além de anestesia local, Amanda “prescrevia” antibióticos. Como o organismo pode rejeitar o produto, as clientes ficavam com “buracos” nas nádegas. Pela primeira aplicação elas pagavam R$ 4 mil e pelo retoque, R$ 1 mil. Para retirarem a substância do corpo, as mulheres podem precisar desembolsar, agora, R$ 28 mil em cirurgias corretivas.*G1 — Foto: Polícia Civil/Divulgação