Uma idosa de 75 anos teve que voltar, na quarta-feira (18), na Coordenação de Emergência do Centro do Rio pela 14ª vez para receber atendimento. Com a perna amputada e de cadeira de rodas, dona Therezinha saiu de Sepetiba, na Zona Oeste, e teve que esperar por cinco horas para ser medicada. “Eu não quero morrer não. Eu não quero morrer", disse dona Therezinha.

Ela buscava ajuda para tratar uma gastrite. Dona Therezinha teve que se cobrir com um saco plástico para se proteger do frio. O cozinheiro Elizeu de Souza disse que prestou ajuda porque viu que ela estava sentindo muito frio enquanto esperava ser atendida. “Ela está aqui há mais de 5 horas. Me pediu ajuda, cheia de frio e passando mal. Eu pedi um saco preto lá dentro e coloquei nas costas dela porque ela não está aguentando ficar ali e ninguém atende, não dá nenhuma assistência a ela. Essa aí é a prefeitura do Rio de Janeiro”, disse o rapaz. O salário dos funcionários terceirizados da unidade não foi depositado. Ainda com os pagamentos atrasados, a crise na Saúde ainda não teve uma solução. Na mesma unidade do Centro do Rio, um senhor esperou por oito horas para fazer um curativo. Apesar do sofrimento, os pacientes entendem a situação dos funcionários. “Eles estão fazendo o máximo possível. Sei que está difícil para todo mundo, mas infelizmente está uma negação”, disse o porteiro Robson Santos de Jesus.*G1 — Foto: Reprodução/TV Globo