Casal de idosos morre no mesmo fim de semana e deixa 80 cães e gatos em casa.
19/11/2019 17:17 em Brasil

Familiares, vizinhos e amigos do casal de idosos Carlos D'Aguiar, 79 anos, e Terezinha de Jesus D'Aguiar, 85, buscam uma saída para abrigar e cuidar de cerca de 80 cães e gatos deixados no quintal da casa deles, em Salto de Pirapora (SP), após o casal morrer neste mesmo fim de semana. Juntos há mais de 40 anos, o casal era acumulador compulsivo e recolhia animais abandonados nas ruas, resultando em cerca de 60 cães e 20 gatos abrigados, agravando as condições de higiene e de moradia da casa. Carlos morreu no sábado (16) e Terezinha, no domingo (17). Nos últimos dias, o casal estava abrigado na casa de José Aldo Fernandes Ramos, vizinho e dono de um supermercado próximo, que os acolheu pelos problemas de saúde. Ele conta que nos últimos dias, Terezinha estava debilitada e acamada. "Me comovi com a situação e os hospedei em casa por três meses. O Seu Carlos tinha problemas de coração, já a Dona Terezinha ficou fragilizada pela idade. Eles acumulavam muitas coisas e abrigavam muitos materiais. A casa acabou ficando inabitável", comenta José Aldo. A prefeitura da cidade foi acionada no começo de novembro para uma limpeza na casa dos idosos, que tinha sujeira, fezes e mal cheiro. Segundo o vizinho, foram retirados quatro caçambas e dois caminhões de entulho e lixo acumulado, mas os 80 animais permaneceram. Doações de ração sustentam os cães e gatos enquanto um destino não é definido. A sobrinha do casal, Pâmela Aguiar, conta que os cães abandonados sempre foram bem tratados, mas após o casal ficar debilitado, a situação saiu de controle.

"Meus tios não foram abandonados, mas eles se isolaram em uma 'bolha'. Não aceitavam visitas, quando fomos ver, com eles já doentes, a casa estava neste estado", conta.

A esperança agora para os familiares e vizinhos é que os animais sejam destinados para algum local, através de ajuda e adoções, que pretendem iniciar uma ação. Ao G1, o médico veterinário da Prefeitura de Salto de Pirapora, João Rubens, conta que toda assistência médica e alimentícia será feita aos animais pela prefeitura, porém, não há espaço para abrigá-los em um canil público. "Não temos espaço para abrigar tantos animais. Nos comprometemos em ajudar com eventuais problemas de saúde e doar ração, mas no momento, não temos como abrigar", conta.

No local, houve canibalismo entre alguns cães, mas o veterinário esclarece que não é por falta de alimento, e sim por questão da organização de bandos entre animais. "Eles se organizam em grupos, e pode ser que um grupo ataque o outro por algum desentendimento, acontecendo de um comer outro", conta.*G1  — Foto: Witter Veloso/TV TEM

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