Crianças eram punidas com tiros de arma de airsoft ao recusarem fazer serviços domésticos, diz polícia.
12/11/2019 14:17 em Brasil

Em depoimento na Central de Flagrantes da Polícia Civil, em Ribeirão Preto (SP), o homem preso por suspeita de atirar contra os filhos usando armas de airsoft disse que agiu porque as crianças se recusaram a realizar afazeres domésticos. O montador, de 34 anos, responderá por tortura e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva durante audiência de custódia na Justiça nesta terça-feira (12). A mãe das crianças, uma técnica de enfermagem de 31 anos, também é investigada.

O Conselho Tutelar informou que as vítimas, de 9 e 15 anos, ficarão sob a guarda dos avós maternos. Segundo relato das conselheiras à Polícia Civil, as crianças passam por “intenso sofrimento mental,  bastante temerosas pelas atitudes violentas do pai”. A conselheira tutelar Carmen Theodoro Gaspar de Lima contou que o crime foi descoberto nesta segunda-feira (11) pela professora da adolescente, que notou os ferimentos provocados pela munição em diversas partes do corpo dela. A Polícia Militar foi acionada. Consta no boletim de ocorrência que a garota e o irmão caçula confirmaram que são punidos dessa forma sempre que deixam de realizar afazeres domésticos. A família mora em um condomínio de apartamentos no Jardim Presidente Dutra.

“Inquirido, o indiciado informou que chegou em casa (sic) dias atrás e passou a brincar com as armas de airsoft, e como as vítimas não quiseram realizar afazeres domésticos, ele atirou contra elas, e como estava no modo rajada, saíram várias bolinhas (...)”, diz o registro. Ainda de acordo com a Polícia Civil, embora o montador tenha afirmado que isso ocorreu uma vez, “as vítimas apresentam lesões mais antigas, que demonstram o contrário”. Na delegacia, a mãe das crianças confirmou que o marido é agressivo. A técnica de enfermagem disse que nunca denunciou o suspeito porque tem medo dele e também de perder a guarda do filho caçula, que é adotado. Ela foi liberada após o depoimento, mas será investigada. O caso deve ser encaminhado para investigação na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).*G1 — Foto: Murilo Badessa/EPTV

COMENTÁRIOS
Comentário enviado com sucesso!