Na rede privada, metade dos cursos com opção EAD já tem mais alunos à distância do que no presencial.
29/10/2019 08:58 em Brasil

No setor privado , alunos de educação à distância (EaD) já são maioria em metade das formações universitárias em que os estudantes podem optar entre o modelo presencial e o on-line. Há cinco anos, apenas 21% dessas carreiras tinham mais alunos estudando fora do que dentro das salas de aula tradicionais. O dado ilustra a explosão da modalidade, que tinha apenas 60 mil graduandos em 2004 e passou a quase dois milhões de matrículas no ano passado — 24% dos alunos no país. Além disso, em 2018 houve, pela primeira vez, mais oferta de vagas à distância (7,1 milhões) do que presencial (6,3 milhões). Por isso, O GLOBO começa hoje uma série sobre os diferentes aspectos da modalidade — ouvindo alunos, professores, especialistas no tema e atores do mercado —, para abordar contribuições e prejuízos que a EaD pode trazer ao ensino superior. Apesar do crescimento, alguns cursos, como Direito, ainda não são oferecidos à distância. — Esse aumento tem um fundo social — opina Luciano Sathler, membro da Associação Brasileira de Educação à Distância (Abed). Para o especialista, o Brasil ainda tem uma demanda não atendida por educação superior. Segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), apenas 21% dos brasileiros entre 25 a 34 anos têm diploma universitário. A média dos países ricos é de 44%. Pesquisa da Abed afirma que 76% dos alunos de graduação à distância têm entre 26 e 40 anos. — Essas pessoas já têm família, emprego, se formaram no ensino médio há muito tempo. Nesse contexto, a EaD aparece com preço acessível e facilidades como a flexibilidade — afirma Sathler. *G1Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

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