Polícia apura se sanduíche pode ter envenenado adolescente morta na Baixada.
25/10/2019 09:47 em Brasil

A Polícia Civil investiga se o que causou a morte de Lorrana Madalena da Luz Manoel, de 14 anos, pode ter sido provocada pelo lanche que ela comeu horas antes de morrer. Os investigadores da 64ª DP (São João de Meriti) estiveram ontem na barraquinha de sanduíches, da família da menina, e fizeram uma perícia. Eles querem saber se houve algum tipo de procedimento irregular que possa ter culminado no envenenamento da estudante. Policiais praticamente descartaram a possibilidade de a estudante ter sido envenenada após comer uma bala de uma mulher, num trem da Supervia que seguia para Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na tarde da última terça-feira. Inicialmente, havia uma suspeita de que ela teria morrido ao consumir o doce. Entretanto, após diversos depoimentos, a polícia descobriu que a jovem tomou remédios, chá fitoterápico e chegou a comer um sanduíche antes da morte. Após isso, os investigadores começaram a colocar de lado a história de bala envenenada. O corpo de Lorrana será enterrado às 14h desta sexta-feira no Cemitério Tanque do Anil, em Duque de Caxias. Nesta quinta, por mais de duas horas, a vendedora Gisele José da Luz, de 32 anos, mãe da menina, prestou depoimento na delegacia que investiga o caso. A mulher garante que a filha foi envenenada dentro do trem do Ramal Saracuruna. Ela também pediu para a polícia identificar e punir a pessoa responsável pela morte de sua filha. A menina morreu na UPA do Jardim Íris, em São João do Meriti, na madrugada da última terça-feira, horas após dar entrada.
— Eu só quero a minha filha de volta. Eu não aceito o que fizeram. Foi uma vida interrompida. Tem que investigar quem foi essa pessoa. Olha o meu sofrimento, olha o sofrimento da minha família — afirmou Gisele.
Nesta quinta-feira, na casa da família — no Jardim Meriti — os parentes não aceitavam a morte precoce da menina. Durante todo o tempo a mãe de Lorrana acariciava o uniforme da criança e seus cadernos, em um quarto pequeno da casa onde moram dez pessoas. De acordo com parentes da menina, Lorrana recebeu a bala quando voltava de um curso de informática, em Bonsucesso, na Zona Norte do Rio. Depois disso, a jovem começou a passar mal, chegou em casa e foi medicada pelo menos duas vezes. Segundo familiares, ela ainda chegou a ir em um mercado e depois comer um sanduíche. Após isso, a estudante dormiu e por volta de 1h levantou passando mal e vomitando. Levada à unidade de saúde na Baixada Fluminense, Lorrana passou por uma lavagem estomacal, foi entubada e, horas depois, teve duas paradas cardiorrespiratória e morreu. A família não sabe dizer em qual estação de trem a menina aceitou o doce, que foi oferecido por uma mulher:
— Eu cheguei a brigar com ela. Eu disse: quase morri uma vez porque eu comi um alimento que me deram. Você não lembra? — contou Gisele. — A minha filha foi a mais esperada. Eu tive ela aos 16 anos. Agora, ela não está mais aqui.
Entretanto, a Polícia Civil garante que seria pouco provável que menina fosse morta com veneno em uma bala.
— Uma bala não caberia uma quantidade de veneno para matar uma pessoa. E caso houvesse, de fato o material na bala, ela teria tido uma morte instantânea. A criança morreu horas depois. Estamos investigando se ela comeu alguma coisa a noite e se isso causou a morte — disse um investigador. A assessoria de imprensa da SuperVia informou que “não é possível afirmar que a menina estava dentro do trem” quando recebeu a bala. Ainda de acordo com a empresa, é a Polícia Civil que tem que provar se a menina estava ou não dentro de alguma composição da SuperVia e se de fato foi envenenada por um doce. Ainda segundo a empresa, “a concessionária está à disposição das autoridades policias para colaborar com o que for necessário”.*G1 Foto: Reprodução/Facebook

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