Garotinho deixa cadeia em Benfica, após passar uma noite preso no Rio.
04/09/2019 10:57 em Brasil

O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho deixou o presídio de Benfica, na Zona Oeste da capital fluminense, nesta quarta-feira (4). Ele a mulher, a também ex-governadora Rosinha Garotinho, foram presos, nesta terça (3), acusados de corrupção. A dupla passou apenas uma noite encarcerada, pois foi beneficiada por um habeas corpus concedido pelo Plantão Judiciário. "Eu fui o autor das denúncias contra o Sérgio Cabral e todo aquele grupo. Eu espero que a Justiça julgue fatos, não pessoas", afirmou o ex-governador ao deixar o presídio.

Rosinha está presa no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste, e também deve deixar a cadeia nesta quarta.  O casal Garotinho foi preso juntamente com outras três pessoas, todos suspeitos de participar de um esquema de superfaturamentos em contratos celebrados entre a Prefeitura de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, da qual ambos foram prefeitos, e a construtora Odebrecht, investigada no âmbito da Operação Lava Jato. De acordo com o Ministério Público, autor da denúncia, o prejuízo aos cofres públicos com a fraude pode chegar a R$ 60 milhões. Ao pedir a prisão preventiva do casal, o MP alegou risco de interferência nas investigações devido ao "poder dissuasório" que ambos têm em Campos. "É notório que eles podem fazer ou ameaça, ainda que psicológica, ou algum manejo em relação às testemunhas que foram arroladas”, argumentou a promotora Simone Sibilio, coordenadora do Grupo de Atuação Especializada e Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Já o desembargador Siro Darlan, que concedeu o habeas corpus, entendeu que o casal pode responder ao processo em liberdade, mesmo considerando a gravidade dos crimes pelos quais são acusados. "Não se nega, na espécie, a gravidade das condutas imputadas ao paciente. Nada obstante, por mais graves e reprováveis que sejam as condutas supostamente perpetradas, isso não justifica, por si só, a decretação da prisão cautelar", destaca Siro. A decisão define que, em liberdade, Garotinho e Rosinha não podem entrar em contato com outros réus ou testemunhas do caso e não podem sair do país sem autorização judicial, sendo obrigados a entregar os passaportes nos próximos cinco dias. Os dois também deverão comparecer em juízo até o quinto dia útil de cada mês com uma prova de residência. O texto de Siro afirma ainda que a prisão cautelar é uma medida excepcional que só deve ser usada quando amparada pela lei, em observância ao princípio constitucional da presunção de inocência. *G1 — Foto: Fernanda Rouvenat / G1 Rio

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