Desertificação atinge 13% do semiárido brasileiro e ameaça conservação da caatinga.
20/08/2019 09:00 em Brasil

Único bioma exclusivamente brasileiro, a caatinga sofre. O famoso chão rachado faz pensar num ambiente onde a terra dá pouco e pede muito das pessoas que vivem ali. Mas é a própria ação humana que tem colocado a caatinga em risco. A ponto de, em algumas áreas, a situação chegar a um estágio quase irreversível: a desertificação. De acordo com estimativas do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens e Satélites (Lapis), ligado à Universidade Federal de Alagoas (Ufal), 12,85% do semiárido brasileiro enfrenta o processo de desertificação. Ou seja, considerando uma área total de 982.563,3 km² dessa região, 126.336 km² estão se transformando em deserto – conforme monitoramento realizado entre 2013 e 2017 e divulgado no início de julho. Esse território, que basicamente é o que conhecemos como o sertão no Nordeste brasileiro, tem quase o tamanho da Grécia. O cenário é ainda mais alarmante se olharmos para as chamadas "áreas suscetíveis a desertificação" (ASDs) do Nordeste brasileiro, nas quais o processo de formação de pequenos desertos pode se instalar se os fatores contribuintes forem mantidos. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, elas constituem:

·         1.340.863 km² (16% do território brasileiro) – equivalente às áreas somadas de França, Alemanha, Itália e Holanda;

·         1.488 municípios (27% do total do país);

·         Partes dos 9 estados da região Nordeste e de 2 estados do Sudeste (Minas Gerais e Espírito Santo);

·         31,7 milhões de habitantes (17% da população brasileira);

·         85% das pessoas pobres do país.

Nesta série de reportagens do Desafio Natureza sobre a desertificação, o G1 observou territórios degradados e preservados da caatinga, ouviu pessoas locais sobre como a destruição do bioma pode afetar suas vidas, e acompanhou projetos que tentam reverter a desertificação.  Abaixo, entenda o que é a desertificação e por que ela ameaça a conservação da caatinga no Sertão nordestino. *G1— Foto: Celso Tavares/G1

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