Preso por estupro há 5 anos no Ceará pode ser inocentado em novo julgamento.
29/07/2019 09:27 em Brasil

Um homem preso por estupro em 2014 em Fortaleza e condenado a nove anos de prisão pode ser inocentado em novo julgamento nesta segunda-feira (29). A Defensoria Pública do Ceará e o Innocence Project Brasil coletaram novas provas sobre o caso e pediram a revisão criminal. O julgamento está previsto para ser concluído nesta segunda, nas Câmaras Criminais Reunidas do Tribunal de Justiça do Ceará, em Fortaleza. Antônio Cláudio Barbosa de Castro, atualmente com 35 anos, foi preso em agosto de 2014 por suspeita de abusar sexualmente de oito mulheres, de idades entre 11 e 24 anos, nos bairros Maraponga, Parangaba, Vila Peri e áreas vizinhas, na capital cearense. Ele era dono de uma borracharia no Bairro Mondubim e não tinha passagens pela polícia. O caso ficou conhecido como "maníaco da moto", porque o criminoso utilizava uma motocicleta de cor vermelha para abordar as vítimas, além de uma faca para ameaçá-las. "Quando eu viro de costa, ele já me parou de trás, disse pra eu não reagir, não gritar, senão ele me matava. Aí empurrou pra cima do muro, começou a me beijar à força e colocou a faca no pescoço. Quando eu não queria beijar ele, ele mordeu a minha boca", relatou uma das vítimas na época do crime à TV Verdes mares. Quatro vítimas reconheceram Antônio como o agressor. Um dos casos terminou na condenação, decretada em fevereiro de 2018. O processo criminal está sob sigilo de Justiça, por se tratar de crime sexual. O Innocence Project, que apura e defende pessoas presas sem terem cometido crime, recebeu uma denúncia de "condenação injusta" e procurou a Defensoria Pública. A ONG conversou com G1 sobre o pedido de revisão criminal, respeitando o sigilo da ação penal. "O Innocence Project foi procurado por uma ex-namorada dele [Antônio], que alegava sua inocência. Nós somos uma instituição não-governamental, sem fins lucrativos, e atuamos depois que fazemos um longo trabalho de investigação, para nos convencermos, baseados em provas, da inocência de alguém que está preso e condenado", explica a diretora do projeto, a advogada Flávia Rahal. O defensor público que atua no caso preferiu não comentar o assunto antes do novo julgamento. O Ministério Público do Ceará (MPCE), responsável pela acusação, também evitou se pronunciar sobre o caso devido ao sigilo do processo. O novo julgamento de Antônio Cláudio começou em uma sessão realizada em maio deste ano no Tribunal de Justiça. O Ministério Público voltou atrás e se posicionou a favor da inocência do homem preso. A desembargadora relatora do processo também foi favorável, mas um desembargador foi contra. Um magistrado pediu vistas do pedido de revisão criminal, o que paralisou a sessão e adiou o desfecho do caso para hoje. Faltam os votos de dez desembargadores das Câmaras Criminais Reunidas.*G1 — Foto: Reprodução

 

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