Juliana Gradin, 40 anos, tinha dado à luz a pequena Alice, há apenas 21 dias, quando faleceu, em decorrência de complicações da cesárea, no último dia 30. A empresária de São Carlos, no interior de São Paulo, teria ido várias vezes ao hospital da Unimed São Carlos, com muita dor, mas era liberada depois de tomar medicamentos, que, segundo sua filha mais velha, Gabriele, não tinham efeito. "Vi minha mãe gemendo de dor no quarto", escreveu Gabriele, em um post indignado em seu perfil no Facebook. "A médica de plantão olhou os exames dela e sinalizou, apontando o indicador à cabeça, que tudo aquilo era psicológico", declara. A possibilidade de erro médico está sendo investigada pela Polícia Civil. Maristela Cavalette, amiga de Juliana, também se manifestou nas redes, sugerindo negligência. "Por falta de cuidados médicos, uma pessoa que fazia 21 dias que tinha dado a vida à Alice, não estava bem, só vomitava e os médicos aqui a trataram com soro e medicação. Não fizeram exames mais profundos, mais detalhados, uma ressonância, um ultrassom. Nada. Realmente a mandaram para casa. Nos exames de sangue, nada de infecção, mas a dor no abdôme persistia e, nesta noite, ela se foi. Não sabemos como e por quê. Só queria pedir mais amor à profissao, cuidando de vidas", publicou no dia 30 de maio, em seu perfil no Facebook. De acordo com o jornal local Primeira Página, laudos oficiais da Polícia Civil apontam que Juliana teve o abdome agudo perfurado por um grampo cirúrgico, parcialmente enferrujado. Um Boletim de Ocorrência foi registrado para dar início às investigações. CRESCER entrou contato com a Secretaria de Segurança Pública Municipal de São Carlos, mas, até o momento da publicação da reportagem não obteve resposta. Como confiar em uma empresa de saúde que premia seus médicos contratados por pedirem poucos exames? Quando deixaremos de dar mais valor aos protocolos e passaremos a ter sede pela investigação? Sede por descobrir as causas? Sede por descobrir as origens e dar alta a um paciente com a certeza de que não há mais odor. O que é ser médico? Hipócrates se revira no túmulo", questionou Gabriele, na rede social. Em nota enviada a CRESCER por e-mail, a assessoria de imprensa da Unimed São Carlos disse que lamenta profundamente o falecimento de Juliana e afirmou estar à disposição dos familiares e autoridades para quaisquer esclarecimentos. "O atendimento prestado à paciente cumpriu rigorosamente os protocolos estabelecidos diante do quadro clínico apresentado, com administração de medicamentos e realização de exames. Como cooperativa de médicos, a Unimed tem o compromisso com a vida, com as pessoas e com o mundo. É seu dever zelar pela saúde e bem-estar de quem se relaciona com a marca e, por isso, está inteiramente disponível para ajudar nas apurações da causa do óbito", diz o texto. Até a publicação da nota, Gabriele e Maristela também não responderam às tentativas de contato da CRESCER. *CRESCER (Foto: Reprodução/ Facebook)