Uma porca é o centro de uma confusão entre vizinhas em Santo Antônio da Platina, no Norte Pioneiro do Paraná. Uma denúncia por mau cheiro, falta de higiene e barulho excessivo contra a dona do animal à Polícia Civil causou polêmica e provocou reações desagradáveis em redes sociais e nas ruas do município.
O centro das discussões é a porca Helena, que tem 308 quilos. Adotado por uma família há 1 ano e sete meses, o animal é tratado como uma criança, dorme em colchões de casal, tem travesseiro, toma leite desnatado, suco e refrigerante em uma mamadeira, além de comer doces, bolachas e muitas frutas.
A dona da Helena, Amanda Máximo Machado, conta que decidiu adotá-la em um período que passava por depressão após perder um bebê. Ela conseguiu se recuperar com a ajuda da porquinha e a trata como se fosse filha. Diz que dá banho no animal a cada três dias, passa perfume e talco. “Depois de tanto tempo que estamos com a Helena, não entendi essa denúncia agora. Ela nunca me falou nada, tanto é que fiquei achando que a denúncia era por outra coisa. Ela poderia ter conversado para gente tentar resolver. A Helena é muito dócil, inteligente, é tratada como uma criança, todas as pessoas se encantam com ela”, diz. A denunciante, que pediu para não ser identificada, relata que decidiu fazer o Boletim de Ocorrência por orientação do próprio advogado. Justifica que não quer retirar o animal da família, mas quer que os moradores mantenham o local limpo, evitando assim o mau cheiro. Além disso, quer os proprietários da porquinha deixem de jogar lixo na frente da casa. “Uma vez tentei conversar com ela, mas ela se mostrou muito violenta. Jogava lixo no meu quintal, na frente da minha casa. De madrugada, o porco faz muito barulho. Têm dias que o mau cheiro é tanto que não conseguimos comer”, explica.
Depois do Boletim de Ocorrência, a Polícia Civil fez um termo circunstanciado e a dona da porca Helena foi intimada para prestar depoimento. Após essa intimação, Amanda começou a postar o caso em uma página de uma rede social. Quase que diariamente ela publicava informações e isso acabou causando outro problema, a denunciante passou a ser ameaçada por pessoas desconhecidas. “Algumas pessoas vieram na minha casa com o objetivo de me bater, jogaram bombinhas de madrugada. Ficamos com tanto medo que há uma semana estamos fora de casa. Nunca falei que queria tirar a porca dela, só queria que resolvesse o problema da higiene”, conta a denunciante
“Passei a publicar as informações do caso para me defender, pra não levarem ela [a porca] embora. Nós cuidamos muito bem dela, gastamos quase R$ 1.300 com a Helena por mês, isso envolve comida, veterinário. Ela não é um animal comum, é uma porca domesticada, não vai se adaptar a outro lugar. O meu portão é aberto porque as pessoas gostam de ver a Helena”, explicou Amanda Máximo Machado. O delegado Rafael Guimarães, que está cuidando do caso, disse que após o caso ser divulgado em uma rede social, vários procedimentos criminais por ameaça e crimes contra a honra foram registrados.
Para resolver a confusão e tentar chegar a um acordo entre as vizinhas, o delegado marcou uma audiência de conciliação.
“Elas estão dispostas a deixar isso tudo pra trás, pelo menos demonstraram a intenção de fechar esse acordo formalmente", explicou o delegado. *G1