PF deflagra nova fase de operação que investiga corrupção em obras do trecho Norte do Rodoanel.
Brasil
Publicado em 30/01/2019

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (29) a segunda fase da Operação Pedra no Caminho, que apura indícios de corrupção em obras do trecho Norte do Rodoanel. Nesta etapa, somente mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em endereços ligados à construtora OAS. Em junho do ano passado, na primeira fase da operação, 14 pessoas foram presas em São Paulo. Na época, o Ministério Público estimava superfaturamento nas obras do Rodoanel Norte da ordem de R$ 600 milhões. De acordo com a PF, agora foram identificados indícios de fatos criminosos diferentes dos que estavam sendo investigados inicialmente, e um novo inquérito policial foi aberto. A identificação de novos elementos só foi possível depois da análise de documentos e depoimentos. Segundo investigadores, a OAS liderava as construtoras que participaram do projeto e terceirizava os serviços. As empresas terceirizadas, segundo os delatores, devolviam à OAS o dinheiro que sobrava, pois havia sobrepreço. Com a sobra, a OAS pagava propina à Dersa, estatal paulista responsável pela obra suspeita do Rodoanel. Nesta quarta-feira, policiais federais cumprem quatro mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo e Salvador. Todos foram expedidos, a pedido da PF, pela 5ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Os alvos eram dois diretores da OAS, o canteiro de obras e um arquivo terceirizado da OAS. Nesta fase, são investigados os crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa, com penas de 2 a 12 anos de prisão. A reportagem tenta contato com a OAS e com a Dersa. Quando a primeira fase da operação foi deflagrada, em junho, a empresa informou que "os atuais gestores da construtora têm prestado​ às autoridades todos os esclarecimentos a respeito de atividades e contratos sobre os quais haja questionamentos – no ​projeto do Rodoanel​ em particular e em todos os outros que realiza". Na ocasião, a Dersa informou em nota que o órgão e governo de São Paulo "são os maiores interessados acerca do andamento do processo". "Havendo qualquer eventual prejuízo ao erário público, o Estado adotará as medidas cabíveis, como já agiu em outras ocasiões", dizia a nota.

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