Com juros em baixa, portabilidade de crédito cresce 70% em 2018.
Brasil
Publicado em 09/01/2019

Os juros mais baixos têm ajudado a incentivar a portabilidade de crédito no país. O número de dívidas transferidas entre bancos cresceu 69,6% em 2018, segundo dados do Banco Central. Pela portabilidade de crédito, o consumidor tem o direito de migrar uma dívida de um banco para outro para buscar juros mais baixos, sem custos adicionais. O saldo devedor e o prazo continuam os mesmos. Entre janeiro e dezembro do ano passado, 3,6 milhões de contratos de crédito foram transferidos para outra instituição financeira, contra 2,1 milhões em 2017 – quando a portabilidade também avançou com força, em meio à redução gradual dos juros. “Quando você tem uma dívida antiga e as taxas de juros passam a cair, muitas vezes é vantajoso fazer a portabilidade, já que os bancos tomam dinheiro a um custo menor e cobram menos de quem pega emprestado”, explica Jailon Giacomelli, planejador financeiro da Planejar (Associação Brasileira de Planejadores Financeiros). Em 2018, as taxas do crédito para pessoas físicas caíram 13,73 pontos percentuais, levando a taxa média para 119,97% ao ano em dezembro, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Desde março do ano passado, a taxa básica de juros (Selic) vem sendo mantida a 6,5% ao ano, após 12 cortes seguidos. É o patamar mais baixo desde a adoção do regime de metas para a inflação, em 1999, e também de toda a série histórica do BC, iniciada em 1986. A redução da Selic não foi a única explicação para queda do custo do crédito no ano passado, considera o diretor de pesquisas econômicas da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira. "A melhora da economia, com a redução da inadimplência e do risco de crédito, a queda dos spreads bancários [diferença entre os juros cobrados e recebidos pelos bancos] e também as mudanças no cartão de crédito ajudaram a reduzir os juros", diz. Para baratear as linhas mais caras, os bancos passaram a ser obrigados a  parcelar a dívida do cartão de crédito para quem fica mais de 30 dias no rotativo e fixar um novo percentual para o pagamento mínimo. O cheque especial também ganhou novas regras.

 

 

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