Após acompanhar o dia a dia do tratamento da filha contra um câncer de mama, a aposentada Célia Maria Pereira, de 54 anos, descobriu que ela mesma teria de enfrentar a doença. O diagnóstico veio em maio do ano passado, cinco meses após o resultado da filha e dez anos depois de detectar os primeiros nódulos na mama esquerda. Segundo Célia, os caroços nunca preocuparam a mastologista que a acompanhava, ano a ano, no Hospital Regional do Gama (HRG) – região administrativa do Distrito Federal onde Célia mora com o marido e quatro filhos. O que a médica não esperava, segundo ela, era que o câncer se formasse a partir de microcalcificações na glândula mamária, imperceptíveis ao toque. No caso de Célia, essas bolinhas eram indolores, dificultando ainda mais o diagnóstico. A confirmação de que o tumor era maligno só veio com a ajuda de um instituto privado de oncologia, onde um dos filhos de Célia trabalha como enfermeiro. Segundo ela, a mastologista do HRG começou a se preocupar somente após o diagnóstico da filha. A aposentada fez a retirada da mama no último dia 19 de agosto e, pelos próximo cinco anos, deve tomar dois remédios para evitar que o câncer volte.