A vereadora Sâmia Bomfim criou uma petição pública para que seja aberta uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) a fim de investigar o plano da Prefeitura de São Paulo de distribuir um granulado feito a partir de alimentos próximo do vencimento para acabar com a fome e o desperdício de comida na cidade.
“João Doria acha que pobres não têm hábitos alimentares. Essa história da ração humana está muito estranha. O que está por trás dessa bizarrice?”, questionou a parlamentar da oposição em uma rede social. De acordo com ela, “em apenas quatro horas mais de mil pessoas assinaram a petição por uma CPI para investigar o caso”. Sâmia cita o posicionamento de “conselhos e entidades que discutem nutrição e segurança alimentar” para argumentar que “a medida é um retrocesso”. O Conselho Regional de Nutrição, por exemplo, divulgou uma nota condenando a ideia de Doria porque, na visão do órgão, ela fere o Direito Humano à Alimentação Adequada. A Prefeitura agora nega que haja alguma previsão de distribuição generalizada do granulado, batizado de “allimento”. Segundo a administração municipal, caso seja utilizado, ele seria destinado apenas aos casos mais críticos, em quadros de desnutrição, e como um suplemento alimentar. A secretária de Direitos Humanos, Eloísa Arruda, chegou a comparar o produto ao whey protein.