Pais trancam filha com problemas mentais à espera de internação permanente em São Paulo.
Brasil
Publicado em 12/09/2017

Ana* tem 31 anos, mas se imagina no corpo de uma criança de 7, segundo familiares. Vítima de sequelas de uma meningite aos dois meses de vida, a jovem cresceu, mas seu cérebro não se desenvolveu, assim como sua fala, sua audição e seu poder de discernir a respeito de seu comportamento no convívio social. Seu jeito agressivo e a falta de uma internação permanente, descartada pelos médicos, levaram seus pais a tomarem uma medida drástica e questionável aos olhos da lei. Há um ano e meio, a jovem viu seu quarto se transformar em uma prisão, uma suíte com direito a cela e cadeado. A Polícia Civil informou que vai instaurar um inquérito por cárcere privado, mas que, na mesma investigação, vai apurar se houve omissão por parte do poder público em relação à família da paciente. A Prefeitura de Serrana informou que a mulher foi atendida pelo Ambulatório de Saúde Mental do município, que avalia a possibilidade de tentar uma vaga na rede estadual. A Secretaria de Estado da Saúde, por outro lado, informou que "somente casos mais graves de saúde mental devem ser encaminhados para internação" e que o acompanhamento deve ser feito pela rede municipal.

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