O músico disse que teve que provar, novamente, que não era bandido e que na época que foi absolvido tudo seria retirado do sistema. Ele conta que chegou a ser parado outras vezes mas, pela grande repercussão do caso, era liberado.
"Na época, eu fui parado duas vezes. Mas eu falava que era o Justino e era liberado. Mas, dessa vez, eu falei e não adiantou. Então agora eu tenho que ficar em casa. Como eu vou comprovar? Meu nome é Luiz Carlos da Costa Justino. E eu nem quero ser o Justino, de tão pesado que ficou", disse o músico.
Na tarde de terça (23), o advogado de Luiz Carlos entrou com um pedido na 2ª Vara Criminal de Niterói para a retirada do mandado de prisão do sistema. A Justiça concedeu parecer favorável ao pedido.
Após o constrangimento, o mandado de 2017 já não aparece mais no sistema do Conselho Nacional de Justiça.
"A gente quer crer que, com a retirada do nome dele deste banco de dados, esse tipo de abordagem não acontecerá mais. É muito danoso para a vida do Justino, que é um músico, um cara completamente integrado à comunidade onde vive, dedicado às atividades da Orquestra da Grota, ficar sendo sucessivamente sendo submetido a este tipo de abordagem policial, por vezes ostensiva, agressiva, violenta e absolutamente desnecessária. A gente espera que este evento não se repita mais de agora em diante", afirmou o advogado Rafael Borges, que representa o músico.
O Segurança Presente confirmou a blitz e a consulta ao sistema em que aparecia o mandado de prisão. O programa afirmou ainda que Luiz Carlos Justino foi ouvido pela delegacia e que, ao verificar o banco da Polícia Civil, foi constatado que o mandado já havia sido removido.
O Segurança Presente destacou ainda que o sistema nacional que foi consultado é atualizado a partir de informações de vários órgãos judiciários do país.
A Polícia Civil afirmou que não consta mandado de prisão em aberto e que Justino foi conduzido à delegacia e liberado após a consulta ao banco.
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro afirmou que ele foi absolvido e que a foto dele foi retirada do álbum de suspeitos da delegacia e que o processo foi arquivado.
Por nota, a Orquestra da Grota, da qual o músico faz parte, lamentou o ocorrido e se solidarizou com o músico.
O caso
Luiz Carlos Justino foi preso em setembro de 2020 em uma blitz no centro de Niterói após ser acusado de um assalto à mão armada em 2017. Segundo a polícia, havia um mandado de prisão em aberto contra o músico, que ficou cinco dias detido.
Parentes e pessoas que trabalhavam com o músico contestaram a prisão, destacando que, ele tinha um contrato fixo com uma padaria, onde tocava violoncelo. As apresentações aconteciam sempre aos domingos, dia em que aconteceu o crime do qual ele era acusado. A padaria ficava 7 quilômetros distante do local onde o músico estava se apresentando.
Luiz Carlos contou que, quando foi abordado pelos policiais, ele estava com parte da Orquestra de Cordas da Grota nas barcas. O músico afirmou que estava sem os documentos, que haviam sido perdidos durante o carnaval. A família acredita que ele tenha sido vítima de fraude.