"Quando estivermos no local, localizamos uma quantidade considerável de armas de fogo, todas elas foram apreendidas e serão periciadas. Retornamos ao imóvel e localizamos outra porção de munições de diversos calibres, e também apreendemos o computador e outros equipamentos eletrônicos do empresário", explicou o delegado.
O delegado que investiga o caso afirmou nesta quarta (4) que o jovem e a mãe eram vítimas constantes de violência psicológica e física do empresário, e que, diante da confirmação de um "ambiente claro de violência doméstica", ficou "claro a situação de legítima defesa".
Segundo o delegado, também foi apurado que não havia registros na Polícia Civil da mãe contra o empresário, mas a mulher teria alegado que sofria ameaças para não realizar tais denúncias.
"Ela disse que jamais pode realizar qualquer registro ou denúncia por opressão do seu esposo, que ameaçava constantemente que se algo fosse feito, ele atentaria contra a vida dela", completou Netto.
O assassinato aconteceu na tarde desta terça-feira (3), dentro de um condomínio de alto padrão no bairro Joapiranga. À noite, o jovem e a mãe estiveram na delegacia e foram liberados após prestar depoimento. O garoto vai responder em liberdade e, apesar da alegação de defesa, a polícia precisará investigar outras hipóteses.
Em depoimento, o jovem disse que atirou com uma das armas da coleção do pai depois de uma briga. Segundo ele, o pai agrediu a mãe e o ameaçou com uma barra de ferro. Funcionários da residência confirmaram a versão de que o homem era violento. A Polícia Militar afirmou que adolescente pegou uma pistola que estava na casa e efetuou pelo menos três disparos.
"Um tiro pegou na região do abdômen. A pessoa ferida conseguiu correr até o carro, e o garoto foi até o veículo porque, segundo ele, lá tinha outra arma e o homem iria utilizar essa arma contra o adolescente e a mãe. Por isso, ele efetuou mais dois disparos", disse o tenente da PM Juliano Cerqueira.
O corpo do empresário ficou caído dentro do carro. O resgate foi acionado, mas o óbito foi confirmado ainda no local.
O caso foi registrado na Delegacia de Valinhos como ato infracional e homicídio em legítima defesa. O garoto e a mãe deixaram o distrito policial sem falar com ninguém e acompanhados de um advogado.