Rapaz é encontrado esquartejado na região de fronteira e aviso ao lado do corpo aponta nome dos 'próximos'
30/07/2021 15:51 em Brasil

Um jovem de 18 anos foi encontrado esquartejado na tarde de quinta-feira (29), em Ponta Porã, a 326 quilômetros de Campo Grande, região de fronteira com o Paraguai. Eduardo Gonzalez Alvarenga teria sido mais uma vítima do grupo que se autodenomina 'justiceiros da fronteira'.

Conforme o boletim de ocorrência, Eduardo foi perseguido, alcançado e colocado dentro de um carro de luxo, no Jardim Universitário. Policiais chegaram no local em seguida, porém, os suspeitos já tinham fugido levando o rapaz.

Mais tarde, a polícia foi informada de que havia um carro em chamas às margens da BR-463. Perto do veículo, os policiais encontraram o corpo de Eduardo: esquartejado e com um bilhete ao lado.

 

O aviso dizia: "Celso Gonçalves e Leandro Gonçalves (Surubi), vocês são os próximos". O papel foi recolhido para perícia, assim como as nove cápsulas encontradas junto ao carro: três de pistola 9 mm; 5 de pistola 556 e uma de pistola 762.

O carro incendiado ficou completamente destruído e, segundo a polícia, sem condições de identificar a placa ou chassi. O veículo é do mesmo modelo usado no sequestro de Eduardo.

Como o crime aconteceu no Brasil, foi registrado e será investigado pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul como homicídio qualificado pelo emprego do meio e pelo recurso que dificultou a defesa da vítima.

Eduardo Gonzalez morava em Ponta Porã e, de acordo com a polícia, não tinha passagens criminais.

 

Violência na fronteira

 

Eduardo Gonzalez é quarta pessoa a ser executada nesta semana, na região de fronteira com o Paraguai. Os suspeitos dos crimes seriam integrantes do grupo autodenominado 'justiceiros da fronteira'. Eles deixam bilhetes junto aos corpos.

As primeiras vítimas foram os namorados Mateo Martínez Armoa, de 21 anos, e Anabel Centurion Mancuelo, de 22. O casal estava em uma choperia de Pedro Juan Caballero, na noite de segunda-feira (26) quando foi atingido por cerca de 35 tiros.

Na manhã de quarta-feira, foi encontrado, também no lado paraguaio da fronteira, corpo de um adolescente de 17 anos. Ele estava sem mãos e, junto, um bilhete nesta semana: "Os justiceiros estão de volta".

 

Investigação

 

A investigação sobre as mortes ocorridas em Pedro Juan Caballero é de atribuição da polícia paraguaia. Há contribuição da polícia brasileira, na troca de informações.

O delegado Clemir Vieira, que comanda a Polícia Civil em Ponta Porã, disse que a maioria dos casos de execução na linha de fronteira acontecem do lado paraguaio e, por este motivo, as investigações ficam restritas ao país vizinho. "Estamos em alerta, não ficamos alheios, mas formalmente não investigamos os casos recentes", explicou.

 

Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), 51 execuções tinham sido registradas na região em Mato Grosso do Sul, próximo a linha internacional com o Paraguai. O serviço de segurança do país vizinho não informou sobre os dados correspondentes ao país.

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