Ex-marido é indiciado como mandante da execução Ana Campestrini; delegada cita homofobia como motivação do crime
Brasil
Publicado em 05/07/2021

O ex-marido de Ana Campestrini, Wagner Oganauskas, foi indiciado pelo homicídio dela, segundo informou a Polícia Civil na manhã desta segunda-feira (5), em Curitiba. De acordo com o inquérito, Wagner foi o mandante da execução da vítima.

Ana Campestrini foi morta a tiros no dia 22 de junho quando chegava em casa.

Wagner foi indiciado por homicídio, com as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima, para assegurar a vantagem de outro crime e feminicídio.

No relatório do indiciamento do suspeito, a delegada Tathiana Guzella citou que homofobia foi uma das motivações do crime. Segundo as investigações, Wagner e Ana se divorciaram após a vítima assumir ser homossexual.

 

"Foi um feminicídio com um fundo homofóbico muito latente. Uma vítima que buscava ser feliz, que tinha uma companheira, mas que não era permitida ter essa divisão de família com os próprios filhos", afirmou a delegada.

 

O suspeito de ser o executor do crime, Marcos Antônio Ramon, também foi indiciado por homicídio, com as qualificadores de motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima.

Segundo a polícia, ele recebeu R$ 38 mil para matar a vítima.

A defesa dos dois indiciados informou que não teve acesso ao relatório do inquérito. A advogada Louise Mattar Assad informou que vai se pronunciar sobre o caso assim que tiver acesso ao documento.

 

O caso

 

Imagens de câmeras de segurança, divulgadas pela Polícia Civil, mostram um motociclista seguindo o carro de Ana Paula.

Nos dois vídeos divulgados é possível ver primeiro o momento em que o carro de Ana Paula sai do clube onde tinha ido. Depois, em outra rua, o veículo passa e em seguida a moto vai atrás. 

No dia da execução, Ana Paula foi até o clube onde o ex-marido é presidente para fazer uma carteirinha que permitia acompanhar o treino dos filhos, que viviam com o pai.

A mulher estava separada havia cerca de quatro anos do marido. Segundo a polícia, ela tinha difícil acesso aos filhos.

Ao deixar o local, Ana foi seguida pela motocicleta vermelha que aparece no vídeo por cerca de 15 minutos, durante todo o trajeto, de acordo com as investigações.

Quando a vítima chegou à entrada do condomínio onde morava, o homem na moto parou ao lado do carro dela e atirou 14 vezes.

RPC teve acesso a imagens de câmeras de segurança que mostram o momento em que Marcos Ramon retornou para casa, após os disparos.

 

Laudos periciais

 

Nas imagens, é possível ver o suspeito apenas com uma blusa preta, sem a jaqueta utilizada quando os disparos foram efetuados.

Laudos periciais obtidos com exclusividade pela RPC apontam que as imagens analisadas da roupa e da moto utilizadas na execução de Ana Paula Campestrini reforçam a hipótese de que Marcos Ramon, amigo do ex-marido da vítima, é o autor dos disparos.

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