Falta de vacina, e não Lula, coloca em risco reeleição de Bolsonaro, avaliam interlocutores
09/03/2021 09:46 em Brasil

Logo depois da decisão do ministro Edson Fachin, devolvendo o ex-presidente Lula para as disputas eleitorais, o presidente Jair Bolsonaro reagiu dizendo que os brasileiros não querem de volta um candidato como o petista. As declarações do presidente não foram bem recebidas por interlocutores, que avaliam que Bolsonaro precisa focar na vacinação e não em polarizar com Lula neste momento.

Motivo: "se o presidente não resolver o problema da falta de vacinas, a crise sanitária vai se agravar ainda mais e, aí, Bolsonaro não perde para Lula ou qualquer outro candidato, perde para ele mesmo", disse ao blog um interlocutor presidencial.

Segundo assessores presidenciais, a avaliação dentro do Palácio do Planalto é que a crise da pandemia está num momento muito grave e delicado. Ou seja, a ficha caiu. Segundo um auxiliar de Bolsonaro, a equipe mais próxima do presidente já tinha essa avaliação, mas agora o próprio chefe já teria acordado para a gravidade do momento.

 

O problema, destacam os interlocutores, é que o presidente resiste a mudar sua posição em relação ao uso de máscara e distanciamento social. Mas já estaria convencido de que é preciso acelerar a vacinação, para resolver a atual crise e evitar o fracasso de seu governo.

 

"Estamos num momento gravíssimo. Vamos focar nas vacinas, e não no debate eleitoral. Não adianta ficar falando de Lula de volta ao páreo, porque o governo tem problemas maiores para resolver agora. Se não forem resolvidos, o presidente não chega competitivo em 2022", acrescentou ao blog outro interlocutor de Bolsonaro.

 

Aliados do presidente da República defendem que, se ele não mudar de posição em relação ao uso de máscara e distanciamento social, ele poderia pelo menos tomar a decisão de se vacinar.

 

Bolsonaro já chegou a dizer que não se vacinaria, mas assessores esperam que ele mude de posição. Seria uma sinalização positiva para toda população sobre a importância de se vacinar, acrescentam assessores.

COMENTÁRIOS