Familiares de investigados por apoiar fuga de soldado em Batalhão da PM são presos em operação policial
04/04/2024 14:39 em Bahia

Dois familiares de investigados por apoiar a fuga do soldado Diego Kollucha Santos Vasconcelos, do presídio do Batalhão da Polícia Militar, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, foram presos nesta quinta-feira (4). Eles foram autuados por porte ilegal de armas.

Ainda não há detalhes do grau de parentesco entre os presos e os investigados. As prisões aconteceram durante uma operação do Ministério Público da Bahia (MP-BA) e Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), que cumpriu seis mandados de busca e apreensão contra os cinco suspeitos de envolvimento na fuga.

 

Conforme as investigações, a fuga de Diego Kollucha teria sido planejada e tido o auxílio direto dos suspeitos, entre eles um policial militar. De acordo com o MP-BA, o cumprimento dos mandados tem o objetivo de obter mais elementos probatórios da efetiva participação dos alvos.

Foram apreendidos talões de cheque, munição, armas, documentos, celulares, chips e cartões de memória. Os mandados foram cumpridos nos municípios de Feira de Santana e Itaberaba.

 

Caso

 

Diego Kollucha Santos Vasconcelos foi alvo, nesta quarta-feira (27), da 'Operação Sangue Frio' — Foto: Redes sociais

Diego Kollucha Santos Vasconcelos foi alvo, nesta quarta-feira (27), da 'Operação Sangue Frio' — Foto: Redes sociais

 

O soldado Diego Kollucha foi preso em outubro de 2023 durante a "Operação Salobro", que investigou a participação de PMs em milícias na região da cidade de Santo Estevão, também no interior da Bahia.

Ele também é suspeito de cometer um outro homicídio na região de Feira de Santana. Esse crime não foi detalhado. Após a prisão, ele foi encaminhado para o Batalhão da Polícia Militar, em Lauro de Freitas, cidade da Região Metropolitana de Salvador. É nessa unidade que PMs investigados por crimes ficam detidos.

No dia 27 de março de 2024, Diego foi alvo de outra ação, a "Operação Sangue Frio", realizada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) e Secretaria de Segurança Pública do estado (SSP-BA). Nesse caso, as investigações o apontaram como o principal suspeito de matar a gerente de mercado, Juliana de Jesus.

Quando os policiais e o MP-BA foram cumprir o novo mandado de prisão contra o PM, descobriram que Diego havia fugido do local. Ainda assim, foram realizadas buscas na cela do Batalhão de Choque, onde ele já estava preso desde a deflagração da "Operação Salobro".

Saiba como aconteceu a fuga:

 

  • Durante a revista das celas, o soldado e outros custodiados foram transferidos para uma quadra/ solário da unidade;
  • Informações preliminares passadas pela PM indicam que o fugitivo se feriu ao pular do muro.

 

 

 

Vítima morreu rendida

 

Segundo a denúncia oferecida pelo MP, recebida pela Justiça no dia 26 de março, o policial executou Juliana de Jesus sem oferecer qualquer chance de defesa. Ainda não se sabe o que motivou crime.

Conforme informou o órgão, imagens registradas por câmeras de segurança da rua onde aconteceu o assassinato mostram que o soldado matou a vítima, que estava rendida, de costas para ele.

Gerente de mercado é morta a tiros após deixar estabelecimento no recôncavo da Bahia — Foto: Reprodução/TV Bahia

Gerente de mercado é morta a tiros após deixar estabelecimento no recôncavo da Bahia — Foto: Reprodução/TV Bahia

De acordo com laudos policiais, Juliana de Jesus Ribeiro foi atingida diversas vezes à queima roupa na cabeça, rosto, tórax, abdômen e braços.

 
 
 

O MP-BA informou ainda que provas do inquérito policial mostram que o policial planejou, premeditou e executou o crime.

Operação foi realizada nesta quarta-feira (27/03) — Foto: Divulgação/MP-BA

Operação foi realizada nesta quarta-feira (27/03) — Foto: Divulgação/MP-BA

Veja abaixo o que aconteceu:

 

  • Trezes dias antes do assassinato, o denunciado foi flagrado observando a rotina da vítima, realizando o mesmo percurso e as mesmas ações que foram executadas na data do homicídio;
  • Por volta das 19h30 do dia do crime, Diogo Kollucha e um comparsa, ainda não identificado, renderam a vítima quando ela saía do trabalho, em técnicas semelhantes as de abordagem policial, obrigando-lhe a por as mãos na cabeça e a ficar de costas para eles;
  • O soldado também alterou as placas do veículo usado no crime para dificultar a investigação.

 

 

Na decisão que determinou a prisão preventiva do suspeito, a Justiça considerou haver fortes indícios probatórios de que o PM "praticou, em ação meticulosamente premeditada, homicídio qualificado, através de recurso que dificultou a defesa da vítima".

Um mês depois após o assassinato de Juliana de Jesus, um homem incendiou o mercado que ela trabalhava. O momento do crime foi flagrado por câmeras de segurança da rua. A polícia não detalhou se os casos são relacionados e nem se o PM tem participação no incêndio.

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