Empresário suspeito de orientar funcionárias a colocar celular no sutiã para filmar voto na BA participa de audiência com MPT
24/10/2022 17:39 em Bahia

O empresário do setor do agronegócio Adelar Eloi Lutzque orientou funcionárias, no oeste da Bahia, a colocarem “o celular no sutiã” para filmar o voto na urna eletrônica e comprovar, posteriormente, que votaram conforme sua imposição, participou de uma audiência virtual, nesta segunda-feira (24), com o Ministério Público do Trabalho (MPT-BA), que apura o caso.

Na ocasião, foi apresentado um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) ao ruralista, segundo o MPT-BA.

De acordo com o órgão, o empresário pediu para analisar os termos e, poderá assiná-lo até a manhã da terça-feira (25), quando ocorrerá um novo encontro virtual.

g1 entrou em contato com o ruralista para pedir um posicionamento, mas ele não quis se posicionar sobre o caso.

 

 

Relembre o caso

 

Na última quarta-feira (19), o g1 teve acesso ao áudio do empresário onde ele relata ter orientado funcionárias, no oeste do estado, a colocar “o celular no sutiã” para filmar o voto na urna eletrônica e comprovar, posteriormente, que votaram conforme sua imposição.

Em um trecho, o empresário afirmou: "Tinham cinco [funcionários que não concordavam], dois voltaram atrás. Das outras 10 que estavam ajudando na rua, todos tiveram que provar, filmaram nas eleições. Se vira, entrem com o celular no sutiã, que seja, vai filmar, se não, rua".

O suspeito ainda revelou que duas mulheres, que não aceitaram a imposição, o procuraram para dizer que vão filmar os votos no segundo turno.

"Filmaram e provaram que votaram. Duas não queriam e estão para fora, hoje já estão falando ‘eu vou votar no Bolsonaro agora’. Então vota, primeiro prova, que nós contratamos de novo”, afirmou.

Ainda na quarta-feira, o suspeito disse que o áudio se tratava de uma "brincadeira". Por telefone, ele afirmou à reportagem que não iria se posicionar sobre o caso. No entanto, publicou um vídeo em uma rede social onde falava sobre o ocorrido.

 

"Mandei para várias pessoas, mas não sei como foi parar em outros lugares. Jamais ia fazer isso [demitir alguém]", garantiu.

 

Ainda no vídeo, o empresário disse que alguns de seus funcionários têm familiares que apoiam o candidato à presidência do partido oposto ao que ele vota.

"Eu tenho gente que está trabalhando aqui que a família toda é PT, eu botei para fora? Eu não, só disse que tem que analisar e tal, mas não por isso, não tem pressão nenhuma", disse.

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