'Mataram para não morrer': alega advogado de casal investigado por matar empresário na BA; mulher foi transferida para presídio
11/10/2022 14:45 em Bahia

Um dos advogados do casal investigado por matar o empresário e escritor Roberto Neri Lopo, de 57 anos, alegou que o crime foi cometido em legítima defesa. Nesta terça-feira (11), a mulher está no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador, e o homem segue detido na Policia Interestadual (Polinter).

O crime foi cometido no dia 19 de setembro e os dois foram presos em Minas Gerais no dia 22 do mesmo mês. A Justiça manteve a prisão temporária de Roanichan Nahabedian Padilha e Phillip Ojeda Farias, em uma audiência de custódia nesta segunda-feira (10).

Ao g1, o advogado Renan Pacheco, Phillip matou Roberto Lopo após ser agredido, junto com Roanichan.

“Infelizmente o que ocorreu no quarto daquela pousada foi uma grande tragédia. Houve um acordo inicial que não foi cumprido por Roberto Lopo. Infelizmente a vítima protagonizou as coordenadas do seu próprio destino. O casal foi agredido e Phillip matou para não morrer”.

 

Renan não deu detalhes sobre o acordo entre as partes. Outro advogado de defesa do casal, o João Teles, corroborou as informações e disse que denunciou uma suspeita de abuso de autoridade contra os clientes. A dupla foi transferida para Salvador na última sexta-feira (7).

Roberto Neri Franco Lopo foi encontrado morto em pousada — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Roberto Neri Franco Lopo foi encontrado morto em pousada — Foto: Reprodução/Redes Sociais

"A defesa denunciou um possível abuso de autoridade, que teria ocorrido na cidade da comarca de João João Monlevade, em Minas Gerais. Ele não teve a possibilidade de ligar para um familiar, ele não teve a possibilidade de conversar com advogado, ele foi submetido abusos morais", destacou ele.

 

 

"A defesa vai pedir um novo interrogatório na presença de um defensor, orientando e respeitando a todas as garantias e deveres constitucionais. Aquilo que aconteceu no quarto foi uma grande tragédia. E eles mataram para não morrer".

 

 

Renan Pacheco deu detalhes sobre a suspeita de abuso de autoridade, que teria acontecido em Minas Gerais, durante a prisão.

"Eles disseram que a prisão foi numa blitz na Polícia Rodoviária Federal, de lá foram encaminhados à Polícia Civil de Minas Gerais, foram ouvidos em um período noturno, sem a presença de advogados, e sofreram ameaças verbais e terrores psicológicos", denunciou.

 

 

Crime e prisão

 

Os dois foram presos no dia 22, durante uma fiscalização em uma rodovia federal, no trecho da cidade mineira de João Monlevade, que fica a cerca de 120 km da capital Belo Horizonte. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou o momento em que eles foram encontrados.

As imagens mostram o momento em que a dupla seguia pela rodovia, e parou a pedido dos policiais. Na abordagem, eles foram identificados e detidos. Os dois não reagiram à prisão.

O corpo de Roberto foi encontrado por funcionários do estabelecimento dentro de um quarto. O empresário estava amarrado e com sangramento na cabeça. O casal foi identificado depois que a Polícia Civil teve acesso às câmeras de segurança.

 

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