Professor de boxe morto a tiros enquanto dava aula relatou sofrer ameaça dias antes do crime
21/09/2022 15:18 em Bahia

O professor de boxe Rodrigo Souza, que foi morto a tiros enquanto dava aula na própria academia, em Camaçari, cidade da Região Metropolitana de Salvador, publicou nas redes sociais que havia recebido ameaças, dias antes de ser assassinado.

 

Rodrigo foi morto no início da noite de terça-feira (20). No dia 11 de setembro, durante uma transmissão ao vivo, ele afirmou que recebeu ameaças porque estava evidenciando o trabalho de policiais. 

O professor usou a gíria "família" para explicar que essas ameaças partiram do tráfico de drogas, e disse ainda que recebeu uma mensagem de um número com DDD 21, do Rio de Janeiro. Segundo Rodrigo, o alerta veio a partir de um amigo.

 

 

"Ele disse: 'cara, a família mandou mensagem para mim, dizendo que você está publicando nas redes sociais coisas de policiais, que está puxando saco de policiais, e eles querem que você apague'".

 

 

A Polícia Civil ainda não informou se vai investigar essas ameaças. No vídeo, Rodrigo então deu continuidade ao relato, e disse que seguiria fazendo postagens exaltando a profissão de policial.

"Eu falei: 'cara, aconteceu há mais ou dois meses atrás uma situação comigo, que me posicionei politicamente, e algumas pessoas não gostaram. Então o que eu falei para eles, eu vou falar para você agora. Minha rede social é um canal de ideias, de testemunho e de expor minha opinião. Se ele não gostou ou não está gostando das publicações que eu estou fazendo, acerca da profissão, que pare de me seguir e vida que segue".

 

"Depois de mais ou menos uns 30 minutos, eu recebi um texto no meu WhatsApp. O DDD era 21 e, nessa mensagem, eu fui diretamente ameaçado. Usaram até o nome de um outro rapaz, que tinha sido morto e disseram assim: 'Se você continuar puxando saco de policiais, a gente vai te dar o mesmo fim'".

 

 

"Disseram: 'que você possa entrar e sair dos lugares para fazer o seu projeto, mas a gente não quer que você fique puxando saco de policiais, por que os policiais querem te usar os policiais querem tirar informações de você'", complementou Rodrigo.

 

Esposa e alunos presenciaram crime

 

Professor de boxe é morto a tiros enquanto dava aula na própria academia, em Camaçari — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Professor de boxe é morto a tiros enquanto dava aula na própria academia, em Camaçari — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Alunos e a esposa de Rodrigo, que trabalha com ele no Centro de Treinamento Benção Fight, presenciaram toda a ação. Nesta quarta-feira (21), ela contou à reportagem que os suspeitos fingiram estar interessados em aulas.

O nome da mulher não vai ser divulgado por questões de segurança. Ela relatou que trabalhava como atendente da academia, quando dois homens chegaram em um carro e pediram informações sobre a academia, as aulas e o professor.

Quando os suspeitos identificaram Rodrigo, que atendia alunos, foram na direção dele e dispararam várias vezes. Depois, fugiram do local no mesmo veículo em que chegaram. Câmeras de segurança registraram parte da confusão.

Na gravação, é possível ouvir o momento dos disparos e muita gritaria. Uma das pessoas que grita é a esposa de Rodrigo, que pede socorro. O professor foi levado para o Hospital Geral de Camaçari, mas já chegou à unidade sem vida.

Em nota, a Polícia Militar informou que procurou os suspeitos, mas não conseguiu localizar ninguém. O caso é investigado pela Polícia Civil. Ainda não se sabe o que motivou o assassinato.

O corpo de Rodrigo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Salvador. Não há detalhes sobre o sepultamento dele, até o momento.

Além de ensinar boxe, Rodrigo também era professor de artes marciais, muay thai e kickboxing. A academia fundada por ele é o Centro de Treinamento Benção Fight. O professor deixa a esposa e uma filha, de 5 anos.

Professor de boxe é morto a tiros enquanto dava aula na própria academia, em Camaçari — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Professor de boxe é morto a tiros enquanto dava aula na própria academia, em Camaçari — Foto: Reprodução/Redes Sociais

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